domingo, 3 de maio de 2009

Exposição Design Brasileiro: Fronteiras


O Museu de Arte Moderna de São Paulo recebe na Sala Paulo Figueiredo a partir do dia 7 de abril (terça-feira), às 20h, a exposição “Design brasileiro hoje: fronteiras”, com curadoria de Adélia Borges.
A mostra busca mostrar a relevância global e a multidisciplinaridade inerente ao design produzido atualmente no país por meio de peças utilitárias com as mais diferentes vocações, de móveis a objetos, equipamentos, veículos, acessórios, livros, embalagens, luminárias, vinhetas e apresentações para tevê e cinema, etc. Dessa forma, será possível perceber como o design permeia o cotidiano das pessoas.

Por multidisciplinaridade, compreende-se a possibilidade intrínseca que cada objeto exibido possui de ir além da sua função prática, de percorrer também caminhos ora da arte, ora da pesquisa tecnológica, em modos de produção diferenciados que neste século vão do artesanal ao industrial em escalas colossais.

Com uma posição assegurada no cenário internacional, o design brasileiro vê neste início de século a ampliação de suas fronteiras internas, possibilitando a descoberta de olhares diferenciados em todos os cantos do Brasil. A criação nessa área deixa de ser algo restrito às grandes metrópoles ou trazido do exterior.

O recorte da mostra são projetos recentes, do século 21, de maneira a mostrar um momento em que o design no Brasil floresce como nunca em sua história. Internamente, assiste-se à expansão das divisas geográficas, com a atividade se disseminando por praticamente todos os Estados do país. No cenário internacional, há um crescente reconhecimento e penetração do design brasileiro, celebrado por atributos como inventividade e criatividade.

Nesta seleção, a idéia não é “fazer um ranking dos melhores, muito menos de traçar um panorama exaustivo de uma produção que é vasta e plural”, nas palavras da curadora. O que se busca é mostrar a amplitude e variedade de um campo que só vem se desenvolvendo e profissionalizando cada vez mais por todo o país.

Assim, ao lado das famosas sandálias Melissa desenhadas pelos irmãos Campana figuram as bijuterias de borracha de autoria de Marzio Fiorini. A vassoura Noviça, produzida pela Bettanin e criada por Liane Schames Kreitchmann, se junta à lavadora de roupas desmontável Superpop, de Chelles e Hayashi Design. Frequentemente, profissionais de outros campos de atuação cruzam a fronteira do design: o artista Guto Lacaz emprestou sua inventividade para a Tok Stok na forma do porta-revistas Zig Zag; a identidade visual do Colégio Vera Cruz ficou a cargo de Alexandre Wollner, um dos expoentes do concretismo; o arquiteto Isay Weinfeld é representado na mostra pela fruteira de sua criação (veja lista completa dos participantes abaixo).

Sintetizando, é por meio dessas intersecções e múltiplas possibilidades que o design vem saindo das pranchetas especializadas para as prateleiras de lojas de todos os tipos e segmentos, provando que o design brasileiro alia praticidade, beleza e inovação ao cotidiano. Como define Adélia Borges, “se a contemporaneidade dilui as fronteiras, o design é por definição a atividade em que elas se interpenetram, em projetos em que a inventividade se põe a serviço de um cotidiano e de um mundo melhores para todos nós”.

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