terça-feira, 14 de julho de 2009

Exposição: A arte indigena de Victor Brecheret



Poderá ser vista até o dia 23 de agosto, na Caixa Cultural do Rio de Janeiro, a mostra “A arte indígena de Victor Brecheret”. Brecheret (1894-1955), escultor ítalo-brasileiro, se interessou, sob a instigação do escritor e crítico Mário de Andrade, pelas expressões visuais dos indígenas brasileiros e a cultura marajoara.Nessa linha, sua obra “O índio e a suaçuapara” foi vencedora do primeiro prêmio de escultura nacional na 1ª Bienal de São Paulo, em 1951. Na exposição, que já passou por Salvador, Brasília e Curitiba, e seguirá para São Paulo após a temporada carioca, serão vistos 29 esculturas e 23 desenhos.

A visitação pode ser feita de terça-feira a sábado, das 10h às 22h e aos domingos, das 10h às 21h.

A Caixa Cultural fica na Av. Almirante Barroso, 25 (Centro). Mais informações pelo telefone (21) 2544-4080 ou no site:www.caixacultural.com.br.

Um comentário:

  1. Renata
    Brecheret para mim é uma referência.
    Algumas histórias sobre ele para que não fiquem perdidas.
    Uma vez em conversa com Juranda Brecheret ela falava sobre a Semana de Arte Moderna de 1922. Isso me veio a mente porque você cita Mario de Andrade no seu texto acima. Pois bem. Dizia Juranda que Brecheret foi assediado muitas vezes para ingressar no Partido Comunista, pois entre os da Semana havia muitos simpatizantes como Jorge Amado, por exemplo. Nunca me esqueci dessa conversa, e da resposta que segundo ela dava Victor Brecheret :
    - Não quero saber de política. Deixem-me em paz com os meus bonecos.

    Ainda sobre Brecheret. Lá por 1952 a casa do meu avô estava em reforma. Eu, menino andava com minha tia Yolanda, que procurava por cerâmicas para o novo revestimento do jardim. Percorremos de alto a baixo a Av. Rodrigus Alves, por onde passava o bonde Sto. Amaro, e nada. Não encontravamos uma tal fábrica de cerãmicas que alguem havia recomendado. Topamos com um galpão grande e alto, bem perto do Instituto Biológico. Podia ser lá, ainda que fora só houvesse pedras e algumas madeiras. Veio de dentro do galpão falar conosco um senhor de uns 50 anos, baixinho e gordinho, com uma boina meio estranha na cabeça. Típico europeu. Até se parecia com os pedreiros que trabalhavam com meu avõ, a maioria portugueses e espanhois. Mas ele não era nem pedreiro e muito menos português ou espanhol. Respondeu que na Vila Mariana havia muitas fábricas de cerâmica, mas que ali definitivamente não era. Minha tia, curiosa, quis saber o que faziam lá. Ele convidou para entrar. Dentro, nos meus oito anos, vi do chão uns imensos cavalos de pedra que pareciam tocar o teto. Algumas pessoas em andaimes trabalhavam as pedras. Não me lembro da conversa entre o senhor e minha tia. Só me lembro que anos depois soube que aquele senhor era Victor Brecheret e os cavalos e as pedras vieram a compor o Monumento aos Bandeirantes que se encontra em Sâo Paulo, no final da Av. Brasil e início da Av. Alvares Cabral, no Parque do Ibirapuera.

    Decio Figueiredo

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